domingo, 30 de janeiro de 2011

Análise Pré-Jogo: Clássico-Rei

Por Jean Pierre R. Ferreira.

Ceará e Fortaleza fazem o primeiro clássico do ano valendo mais do que a liderança do Estadual, afinal, será a oportunidade de ver como as equipes se comportam diante de jogos decisivos, com pressão de suas torcidas.

O time do Ceará terá que ratificar sua superioridade para justificar o investimento que o clube fez em seus atletas, seja renovando com os melhores de 2010 ou contratando "estrelas", principalmente porque não vem transformando em gols as chances claras que cria nos jogos. E, no Clássico, qualquer detalhe ganha importância máxima.

Justifico meu comentário acima. O time Alvinegro tem a melhor defesa do Campeonato, com apenas dois gols sofridos, mantendo a seguraça na zaga que consagrou o time na que na Série B de 2009 e Série A de 2010, mesmo agora sem o essencial Fabrício no time.

Acontece meus caros, que o nosso rival tem o ataque mais positivo do Campeonato, com 11 gols, média de 1,83 por partida. Desta forma, para o time do Ceará, ao meu ver, a única restrição é não poder vacilar em nenhum detalhe do sistema defensivo, na medida em que não se sabe o ataque continuará com média baixa: foram apenas seis gols em cinco jogos, mesmo com seu grande poderio ofensivo praticamente estreado.

Acredito que, caso mantenhamos a boa defensiva dos outros jogos, sem admitir um cochilo sequer (quem não se lembra do gol espírita do Paulo Isidoro no Campeonato Cearense passado e a pressão do Ceará, que não adiantou, durante todo o jogo?), e o ataque converta em gols pelo menos um décimo das chances que cria, tenham a certeza que sairemos vitoriosos deste confronto.

Aspectos positivos favorem o Alvinegro até no aspecto tático. Com boas peças de reposição em todos os setores, com exceção da defesa (sem reservas), e com o medo do Fantasma de Paulo César Gusmão, que poderá aparecer com força em caso de derrota, Dimas Filgueiras passou a adotar uma postura mais ofensiva em 2011, passando ao esquema 4-4-2, com escalação de dois volantes e dois meias, abandonando seu tradicional ultradefensivo 3-5-2, com até absurdos três zagueiros e três volantes no mesmo esquema, e com meias e atacantes recuados.

Esse contexto adotado cria imensas possibilidades ao comandante Alvinegro, que poderá variar tanto no meio, quanto no ataque, haja vista a versatilidade principalmente de Iarley (joga de meia e atacante), Sérgio Mota (joga de meia e atacante), Júnior (joga de primeiro ou segundo atacante), Osvaldo (joga de meia e atacante) e Marcelo Nicácio (joga de primeiro e segundo atacante, além de meia no caso do time estar mais defensivo ou inferioridade numerica de jogadores-inclusive já jogou nesta posição).

Ao que tudo indica, mesmo com a recuperação do meia Sérgio Mota, Dimas deverá preferir o time que já vem jogando, por ter mais ritmo, mantendo Iarley na meia cancha, ao lado de Geraldo e na contenção, os volantes Michel e João Marcos.

Gosto também da forma que Dimas também está mudando nas suas substituições. Está sendo menos paciente com jogadores que não vem bem na partida, além de estar arriscando mais no esquema de jogo (não está trocando "seis por meia dúzia").

Vale salientar que provavelmente será um jogo de paciência, desde que não saia um gol de início, lógico. Principalmente porque o adversário vem cauteloso e de olho no seu rápido contra-ataque (deverá entrar com três volantes, no caso, Gilmak, Leandro - que retorna ao time após automática pelo terceiro cartão amarelo - e Marcos Paulo).

Só esclarecendo caso não tenha sido antes. Eu estou confiante até demais, só que durmo de olho aberto até a taça de Campeão Cearense estar na mão do Geraldo.

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